sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Pinha fixa no pelotão

Em 2008 foi realizado o brevet de 400 km do centenário. Este brevet da União dos Audax Franceses comemorou o centenário da realização do primeiro brevet de 400km em 1908. O Bruno Danielzik ( presidente UAF)pedalou este brevet com uma bike single speed ( monovitesse) trajado a caráter como os antigos Randonneurs. A bike utilizada foi uma réplica de um modelo de 1930 com engrenagens 42x18.
Na revista dos Audax o ciclo turista Michel Guerard faz comentários e uma rápida analise do uso das bikes de pinhão fixo no pelotão Audax. Segue o texto reduzido:
A bicicleta mono marcha não é a relação mais apropriada para o andamento Audax e ainda menos ao Capitão de Rota. Jô Routens, conhecido fabricante de quadros em Grenoble, disparou: “A pedalada não é uma questão de engrenagens, é uma questão de ritmo”.
Em relação aos Audax:
Um bom capitão de rota deverá atacar uma subida moderadamente e ter sorte de não deixar o pelotão. Para fazer isto ele adotara uma marcha leve para não quebrar o seu ritmo e reduzir a velocidade.
Com uma bike sem câmbios, se deseja manter o seu ritmo deve subir mais rápido, demasiado rápido para um Audax. Se deseja reduzir a sua velocidade deve reduzir a rotação do pedal e subir forçando o que é mais desgastante.
As palavras de Jô Routens se justificam.
A mono marchas será mais adaptada para o andamento livre. Mas a história contradiz as minhas conclusões. Henri Desgrange, que desejava que os pelotões Audax permanecessem em grupo, era um incondicional do pinhão fixo e Paul de Vivie, incondicional das muitas marchas, era um fervoroso adepto do andamento livre.
Tudo é relativo, hoje as mono marchas são inexistentes ou minoria nos pelotões Audax, ou exceção no andamento livre. Com um sistema de transmissão diferente eles não podem mais do que ter um ritmo diferente. Michel Guerard
Bruno comenta a sua participação no brevet de 400 com uma mono marcha.
Com 42x 18 eu confirmo que no final de 2 ou 3 cotas duras eu falhei em passar pedalando na força ( subir forçando): em uma delas eu tive mesmo que andar alguns metros a pé em razão da incompreensão de qualquer um para me deixar livre a passagem. Nas cotas mais moderadas eu não tive problemas para manter o meu ritmo. O maior problema para min não foi a mono marcha, mas o guidão baixo. Eu não vou mais repetir a experiência em Audax
( ao menos até o centenário do brevet de 600km – 1922- ) contudo penso em fazer o brevet de 200 km Randonneur com este equipamento.Bruno Danielzik.
Aqui no Brasil
Participei do Audax 150 de Santa Maria 2009 com uma bike single speed. O Percurso incluía uma subida de serra, mas mesmo assim não senti dificuldades, o que notei é que quando o pelotão desceu a 55 km/h eu teria ficado atrasado com uma bike de pinha fixa.
Participei do brevet de 150 km da Sociedade Audax em Janeiro de 2010 com uma bike pinha fixa, inclusive como capitão de rota. Não tive dificuldades no brevet mas o percurso era com poucas subidas e as existentes com pouca inclinação. Acredito que em percurso com muitas subidas seja realmente inviável manter-se no pelotão e o desgaste seja grande para estar constantemente recuperando os atrasos.
Brevets de andamento livre- Randonneur- temos mais participantes com pinha fixa e é mais fácil manter o seu próprio ritmo de pedalada, seja mais rápido a subir, ou mais lento a descer.

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Audax, ou andamento Audax se refere aos brevets Audax de andamento imposto a média de 22,5 km/h e pedalados em grupo. Consulte regulamentos em
http://www.audaxbresil.com.br/
Fonte de Pesquisa: La Revue des Audax, numero:591 julho de 2008 ( União dos Audax Franceses).

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