terça-feira, 31 de março de 2009

A verdadeira maionese- texto do Artur

Leiam no original com fotos e comentários:
http://pespracima.blogspot.com/

Impressões sobre o histórico Brevet Audax 100 km,
realizado em Santa Cruz do Sul no último dia 8 -
inaugurando no Brasil a modalidade
nos moldes da Union des Audax Français.
Tudo começou em meados do ano passado. Tomei conhecimento do assunto quando o Luiz "Gigio" Faccin o lançou no grupo de discussão Audax BR .
Há um outro jeito de fazer "Audax", que não é este que vem se popularizando no Brasil há alguns anos, muito especialmente aqui no RS, e que todos estamos acostumados a chamar de "Audax" (uma alusão à audácia necessária para enfrentar o desafio de percorrer longas distâncias de bicicleta).
De uma hora para outra, surgiu a informação surpreendente que, em França, terra onde nasceu e é muito cultivada esta modalidade de ciclismo de resistência em estrada, não-competitivo - na qual todos os que conseguem percorrer determinada distância (p.ex. 200 km) dentro de um tempo limite (p.ex. 13 hs) recebem o mesmo prêmio, que é o brevet que qualifica à participação em um desafio ainda maior (p.ex. 300 km), e assim sucessivamente - a terminologia é outra.
Instaurou-se imediatamente a polêmica. Como assim? Como não é Audax, se quem chancela o calendário é uma organização chamada Audax Club Parisien?
Faccin tentou esclarecer:
Randonnée é uma modalidade de cicloturismo de longa distância que aqui no Brasil ficou mais conhecida com o nome de Audax. A provável origem desta troca de nome é o fato da modalidade ser dirigida pelo Audax Club Parisien. Audax e Randonnée têm a mesma origem, mas são reguladas por organizações diferentes: Randonnée pelo Audax Club Parisien; Audax pela Union des Audax Français.

Característica do Randonnée: Alure libre = Andar livre, cada ciclista anda conforme o ritmo que deseja e não existe obrigação de andar em grupo e nem em uma média definida.

O Audax define-se como uma prova de regularidade e de de resistência, em andamento imposto conduzido e controlado por capitães de estrada que controlam a velocidade do grupo. Esta, entre dois controles é de 20, 22,5 ou 25 km/h de acordo com o perfil do percurso (...)
Muitos "audaxiosos" se eriçaram.
Faccin bateu pé; as provas de "Audax" conforme conhecíamos até então, nas quais cada participante pedala à velocidade que quiser/puder, deveriam ser chamadas "Randonées", termo pelo qual são conhecidas internacionalmente.
O termo Audax em sentido estrito seria aplicado apenas a este outro estilo ou subdivisão da modalidade, ainda inédito entre nós, no qual os participantes pedalam em grupos (ou pelotões, como se diz no jargão ciclístico), a uma velocidade média pré-estabelecida, e controlada constantemente por um ciclista identificado por um colete especial e cuja função vem adornada de um garboso título: "Capitão de Rota". O ciclismo de estrada é bonito, cheio de fidalguices.

Não contente com isso, decidiu organizar, ele mesmo, a primeira prova de Audax - "a verdadeira maionese" - em terras brasileiras. Traduziu o regulamento, pôs-se em contato com o órgão regulador (Union des Audax Français), marcou data, planejou trajeto, enfim: pensou em todos os infindáveis detalhes que só quem está tentando organizar alguma coisa sabe quais são. Numa alusão ao "Colorado Last Chance", um brevet de 1200 km que acontece nos EUA, a prova foi batizada de Audax 100 km "Only Chance". Por quê? Por que só se pode fazer uma coisa pela primeira vez uma única vez! E este seria o primeiro Audax no Brasil.
Interessei-me pelo assunto por uma razão que poderá parecer bizarra a alguns. Pensando bem, parece um pouco bizarra a mim tbém. Em todo caso, lá vai:
Essa coisa de encarar o desafio em grupo - começar e terminar juntos - me fez lembrar fortemente um aspecto da prática Zen-budista: em Sesshin (retiro Zen) fazemos exatamente isso: meditamos, trabalhamos, cozinhamos, comemos, descansamos juntos - como um organismo que se auto-regula (ver postagem de 5 de março, logo abaixo). Nas palavras do Faccin:
Partir juntos, chegar juntos: o Audax, não é somente praticar um exercício físico de resistência, porque a fórmula exclui qualquer noção de competição. É também, e sobretudo, praticá-lo junto, de maneira solidária, os mais fortes ajudando os outros a atingir o objetivo.
Neste momento me ocorre que a orquestra sinfônica - meu habitat natural, por assim dizer - poderia servir tbém como metáfora. É um esforço coletivo que se compõe de muitos esforços individuais coordenados. Não existe "harmonia" pré-estabelecida num grupo; as coisas dão certo quando as pessoas se esforçam para que dêem certo. É um exercício. É assim na orquestra, é assim (de uma maneira muito especial) em um retiro Zen. Como seria em um Audax "a verdadeira maionese"? Fiquei curioso e decidi participar.
O blog Audax Brésil, dedicado a esta "nova" modalidade, traz relatos do experiente audaxioso Omar Torriani, e do próprio Faccin, que descrevem muito bem o clima e os principais fatos da prova. Para não repetir o que eles já contaram, e não esticar ainda mais um texto que já está bem comprido, vou fazer apenas alguns comentários/observações.
Fiquei muito impressionado com a disciplina, no geral. Exemplo: a única parada prevista era de 15 minutos. Parece bastante, mas na verdade, a gente tem que manter o foco e ser bem objetivo se quiser ir ao banheiro, comprar alguma coisa para comer/beber, reaplicar protetor solar, alongar um pouquinho. Além de ficar na fila do carimbo no passaporte. O Faccin ainda teve que trocar uma câmara furada - sim, ele foi o único premiado. Quinze minutos e nem um minuto a mais, soa o apito e o pelotão começa a se movimentar. É bacana. Eu ainda estava passando protetor e minha xícara de café estava cheia, como flagraram os autores do vídeo...
Outro exemplo da disciplina e maturidade dos participantes foi o comportamento nas descidas. Estava programada uma velocidade mais alta do que a média, mas apenas o suficiente para compensar as subidas. Nada de "soltar a bicicleta". Ninguém se atreveu a ultrapassar o capitão de rota. Fiquei com dor nos dedos de tanto frear.
Disciplina - quando emana da maturidade - é bonito. Faz bem. Creio que muitos ciclistas que praticam Audax ou Randonée o fazem como uma espécie de treinamento para a vida. Tem essa coisa do desafio, das longas distâncias, de não se acomodar, agüentar as dificuldades. O Audax "a verdadeira maionese" agrega esse outro elemento: a disciplina em grupo. A bicicleta é freqüente e corretamente associada à liberdade, por diversas razões. Ao pedalar um brevet em pelotão, abrimos mão da liberdade de seguir nossos impulsos; não podemos escolher a velocidade. É um tipo especial de exercício, a meu ver bem saudável, e não só do ponto de vista físico!
Outra coisa que não posso deixar de mencionar é o fato de que havia uma reclinada no Primeiro Audax do Brasil...
Agora que já passou posso confessar que cheguei a me preocupar um pouco com isso. Nós reclineiros sofremos historicamente com restrições, preconceitos, desprezo e proibições. O Audax faz parte da tradição do ciclismo de estrada europeu; que é um esporte tão belo quando conservador. Como seria recebido pelos companheiros de brevet?

No início, pretendia ficar na rabeira do pelotão, para evitar problemas. Porém, já nos primeiros quilômetros, havia uma longa subida. Alguns foram ficando para trás e o pelotão começou a apresentar hiatos cada vez maiores. Aí não me agüentei, ultrapassei o pessoal que estava ficando pra trás, preenchendo o espaço vazio até encontrar a porção mais coesa do pelotão. E aí fiquei até o final da prova.

Talvez alguns tenham se sentido atrapalhados ou assustados ao verem próximos de si uma bicicleta de configuração diferente do que estão acostumados; a estes peço desculpas. Por outro lado, o estilo típico de pedalar reclinado tende a ser mais previsível e estável, de maneira que para quem vem atrás deve ser bem tranqüilo.
Alguns comentaram bem-humoradamente que não dava para "pegar o vácuo" atrás da reclinada. Bem, isso seria um problema em velocidade de competição, mas a 22.5 km/h o fator aerodinâmico não é significativo. Tanto que a vantagem aerodinâmica da reclinada tampouco chega a aparecer. Então realmente não é isso que importa, nesta modalidade!
Falando em brincadeiras, antes da largada o Faccin tentou me assustar dizendo que íamos subir a 25 m/h. Não sei se ele falou isso só para mim, em função do conhecido preconceito a respeito de reclinadas e subidas, ou se era uma pegadinha que ele faz com todo mundo. Próximo ao final da prova, depois de ter feito TODAS as subidas com o pelotão da frente, devolvi a provocação: "e aí Faccin, eu subi direitinho com vocês, agora quem consegue descer comigo?" Estava aludindo à vantagem aerodinâmica da reclinada - que não é fantasia nem preconceito, é um fato. O clima amigável permitia esse tipo de brincadeira sem nenhum problema.
Será que a modalidade vai "pegar"? Só o tempo dirá. O pessoal de Santa Maria gostou tanto que vão organizar mais um brevet de 100 km lá. O que é ótimo, porque senão só os que fizeram o "Only Chance" teriam o direito de participar do brevet de 200 km que já está marcado para setembro, novamente em Santa Cruz do Sul.

terça-feira, 24 de março de 2009

terça-feira, 17 de março de 2009

Relato do Omar

Já fui mais resistente à novidades e aprendi que a gente se fixar demais ao novo é bloquear-se e deixar de evoluir. Aceito de bom grado as novas experiências, que são fonte de bom aprendizado.

Com relação ao novo formato, e verdadeiro, do Audax tenho as seguintes considerações:
¨ Inicialmente eu achei ruim, pois estava muito bagunçado e desorganizado, creio que fruto do desconhecimento de todos e da essência da modalidade. Também se deve à “pilha”, ansiedade, que todos estávamos antes da prova. À medida que o terreno e a pista se estabilizaram os ciclistas se acomodaram e passaram a pedalar e interagir, que é um dos propósitos do evento.
¨ Depois que o pessoal se acalmou, o que mais perturbou foram pessoas que não estavam treinadas para acompanhar o pelotão no ritmo de 22,5km/h que avançavam pela pista de forma inconseqüente, expondo a si e aos outros. Para isto acho que cada pelotão deva ter um capitão de disciplina, (sugestão do Zappe) para advertir e inclusive desclassificar o participante que for recorrente em desatender as normas de segurança.
¨ Acho também que o Capitão de Rota pode levar um rádio para se comunicar com o Cap. De Disciplina que vai na retaguarda controlando o grupo.
¨ Não sei ao certo se a velocidade é padrão, mas acho que, a bem da segurança, seria interessante que houvessem mais categorias (pelotões): 20, 22,5 e 25km/h. Assim, aqueles que estavam sobrando no pelotão poderiam dar maior vazão à sua energia e ir mais rápido e, da mesma forma, aqueles que passaram trabalho ou que não se inscreveram por justamente temerem a velocidade prevista poderem fazer a prova com mais segurança.
¨ Outro fator que avaliei é que achei mais perigoso, especialmente quando o terreno é mais acidentado e as condições da pista não ajudam. Esta modalidade é praticada na Europa, nas estradas européias, com ciclistas europeus e motoristas europeus. Aqui não estamos tão evoluídos assim em todos os sentidos, incluindo nós os ciclistas. Numa prova de Audax antigo, se um motorista se descontrola e atropela um ciclista é um ou dois que são vitimados, no caso de ontem seriam uns 30, praticamente um strike! No caso de um tombo de um, também pode haver uma cascata de quedas, por isso a questão da segurança é mais crítica que no outro velho tipo de Audax.
¨ Outro fator que ajudou na volta foi o apito que o Roberto usou. Toda vez que se ouvia o apito eu já ficava em alerta porque sabia que havia alguma coisa na pista. Acho que pode haver 2 apitos diferentes, um para o Cap de Rota e outro para o de Disciplina.

De resto acho que valeu bastante a experiência. Aquilo que sobrou na largada, pode faltar na chegada e isso é importante. Trata-se de uma modalidade mais agregadora, que até lembra o Rigonax. Faltou, eu acho, aquele quebragelo inicial onde as pessoas se identificam e dizem de onde são. O tempo que tu levou explicando porque não era necessário, foi quase o tempo que se levaria para as pessoas se apresentarem e facilitaria a integração do grupo em muito. Pouca gente falou o seu nome e voltei sem conhecer a maioria.

Estas são minhas considerações e espero ter contribuído para a evolução e aprendizado de todos.

Um grande abraço e parabéns para mais essa grande iniciativa. O que seria do ciclismo da região se não fossem abnegados como tu. Outra menção importantíssima deve ser feita à Pol. Rod. Estadual que esteve presente o tempo todo.

Cicloabraços

Está definitivamente aprovado!

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Comentários
Omar
Muito obrigado por este relato, comentário e principalmente por ter dado sugestões.
Pena que não tenhamos mais "Omares" para escrever a respeito deste brevet.
Unico comentário é sobre a tua sugestão de cada ciclista se apresentar durante o briefing. É uma boa sugestão, poren não foi possivel incluir na programação faltando 20 minutos para a largada. Isto impediria, por exemplo, a foto realizada com o pelotão. Provavelmente será realizado no brevet de 200 km que será dia 27 de setembro.
Abraços

sexta-feira, 13 de março de 2009

Relato brevet 100 km

Audax 100 km
Primeiro brevet Formula Audax realizado no Brasil

Para min este brevet iniciou em agosto de 2008, foi quando iniciei a tradução dos regulamentos e também entrei em contato com a Union Des Audax Français (UAF).
Para a realização de um Audax no Brasil foi necessário primeiro marcar um brevet no calendário.
Para organizar o brevet eu precisei muito mais do que fazer traduções, mas interpretar o regulamento, descobrir situações que não estavam previstas neste regulamento. Imaginava cada detalhe e, se fosse o caso, tirava as duvidas com o Bruno que é o responsável pelos brevets ciclismo da UAF. Também tive a oportunidade de trocar e-mails com o Jorge Martins que é ex-Capitão de Rota Audax.
Fui nomeado Delegado Regional da Union Des Audax Français para o Brasil e fiquei com a responsabilidade de iniciar a realização dos brevets Audax , ou seja, criar a Union Des Audax Bresilien ( União dos Audax no Brasil).
Descobri muita coisa e aprendi bastante, mas trabalhei muito para plantar esta primeira semente.

O brevet 100 km foi uma incógnita. Não tinha certeza a reação dos ciclistas a esta novidade. As reações foram diversas:
Porque pedalar o brevet de 100 km se eu já pedalei o de 200;
Somente 100 km, já estou acostumado a pedalar mais de 200;
Não consigo pedalar a 22,5 km/h;

Largamos na UNISC às 8 horas conforme o previsto. Antes da largada não podia faltar a foto do primeiro pelotão Audax do Brasil. Dois ciclistas largaram 6 minutos atrasados porque a bicicleta de um deles estava com o pneu furado. Pedalaram forte na subida a buscaram o pelotão na descida das 7 curvas.
Logo no inicio o primeiro desafio para o brevet. O pelotão tinha que superar uma subida de mais de 3 km. Escolhi o percurso mais plano possível para este brevet, até havia pensado em eliminar também esta subida do percurso. No brevet de 200 não teria como fazer outro percurso 100 % plano, então que tenha subida logo no inicio.
O Capitão de Rota para a primeira metade do percurso foi o Antonio Carlos Manfredini Rigone. Estava tudo combinado em relação ao ritmo do brevet e a média. Como tivemos apenas um pelotão eu pude pedalar também. Enquanto o Rigone estava na frente, eu e o Trevisan estávamos fechando o grupo.
Na primeira subida, a mais difícil do brevet, já empurrei alguns ciclistas. O meu medo era que o pelotão se espalhasse logo no inicio. No final da subida o pelotão já iniciava a pedalada a mais de 25 km/h na descida, mas haviam ciclistas que ainda estava subindo. È aquele ponto do percurso de uma competição que os lideres tentam deixar os mais cansados para trás, mas neste caso não era competição e poucos sabem destes detalhes.
O Rigone pedalava no ritmo programado, fui até ele e avisei para segurar o ritmo, até o sinal do apito que só seria realizado quando o pelotão estivesse unido. O apito não está no regulamento, mas eu havia pensado em quase tudo.
Pelotão unido, seguimos a descer com vento a favor. Para ir estava realmente fácil de pedalar a 22,5 km/h.
A policia rodoviária colocou uma viatura seguindo o pelotão o que deu muito mais segurança para o evento. Agradecimento especial ao capitão Leandro. Já percebi um ponto positivo deste tipo de brevet, antes mesmo de começar a pedalar, foi quando conversei com o capitão e percebi a tranqüilidade, talvez alivio, quando avisei que seria em uma nova modalidade pedalada em grupo. Um uma ponte os policiais seguraram o transito e pudemos realizar a travessia tranquilamente, me senti na Europa novamente. O Miguel, que estava com o carro, pode ficar mais livre para fazer fotos e alguns vídeos do brevet.
No inicio o pelotão estava ½ inseguro, os ciclistas ficavam subindo e descendo da pista para o acostamento e alguns estavam pedalando muito juntos. Conversei com o Zappe que me deu algumas sugestões e ordenei aos ciclistas para pedalarem apenas no acostamento e com mais cuidado. A partir disto foi mais tranqüilo.
Quando estávamos quase chegando na entrada para Mariante furei o pneu traseiro da bike. O Trevisan ficou comigo e parei rapidamente, enchi e seguimos. Alcançarmos o pelotão em baixo da ponte, quase chegando no PC. Alguém tinha que furar um pneu, ainda bem que foi somente eu. Na parada de 15 minutos tive tempo de trocar a câmara de ar, lavar as mãos e passar protetor solar, antes do Trevisan apitar avisando que faltavam 2 minutos para sairmos. Quem não teve que trocar pneu pode até comer pastel e conversar um pouco, mas sem muitas demoras.
Pelotão na estrada e Roberto Trevisan de Capitão de Rota. O vento estava contra, mas não da para reclamar, melhor agradecer as nuvens que escondiam o sol quente e que deixavam o clima bem agradável.
Eu e o Udo viemos na retaguarda do pelotão garantindo o empurrão para os ciclistas cansados.
O Trevisan fez uma pedalada de retorno o mais regular possível, sempre pedalando o mais próximo da média de 22,5 km/h. Teve ciclista cansado que queria pedalar mais rápido na descida para aproveitar o embalo. Isto trouxe mais riscos para os demais que muitas vezes eram ultrapassados por alguém pedalando em cima da pista.
Faltava ao pelotão uma uniformidade na sinalização dos avisos de perigo. O Arthur comentou que parecia uma escola de samba. O Trevisan apitava lá na frente e o pessoal levantava o braço lá atrás, mas ninguém conseguia entender o que significava braço erguido depois de um apito. Isto será um ponto a ser melhorado, vou definir algumas regras neste sentido e divulgar dicas para se pedalar em pelotão.
Ultima subida e a mais longa, mas sem tanta inclinação.
O pelotão subiu a aproximadamente 14 km/h, mas teve ciclistas que ficaram para trás. Descida de 3 km freando a bike e andando lento. O objetivo de andar lento foi evitar acidentes com um pelotão andando muito rápido. Os ciclistas retardatários foram descendo mais embalados e se juntaram ao pelotão que chegou na UNISC exatamente no horário combinado. Uma dupla de ciclistas, e um trio, chegaram alguns minutos depois e todos completaram o primeiro brevet Audax 100 km do Brasil.

Logo depois realizei a entrega das medalhas e certificados aos 27 brevetados do Audax 100 km. Todos, e somente estes, estão classificados para o brevet Audax 200 km do dia 27 de setembro de 2009.

Outras possibilidades existiam para o brevet de 100 km.
Em um brevet de 100 km a média pedalada pode ser de 20 km/h, mas no brevet seguinte e em todos os demais, a media é de 22,5.
Poderia realizar uma parada de mais de 15 minutos no PC de retorno, mas resolvi usar o tempo indicado. Desta forma o brevet foi pedalado no mesmo ritmo que um Paris Brest Paris Audax.


O importante mesmo não é a opinião de quem nunca pedalou um brevet Audax, mas de quem pedalou. Como alguém pode dizer que gosta de uma fruta, sem nunca ter experimentado.
Fiquei feliz por termos um bom numero de ciclistas participantes. Pode parecer pouco 27, mas o suficiente para completar um único pelotão. Apenas um pelotão foi bem importante e facilitou a organização do brevet , evitando algumas das possíveis dificuldades, que deverão aparecer nos primeiros brevets com vários pelotões. Estes 27 são os verdadeiros Audaxiosos do Brasil.
Audax não é diferente do Randonnée apenas na maneira de pedalar, mas na maneira de pensar.


Agradecimentos:
UNISC
Faccin Bicicletas Ltda
Miguel Lawish
Bruno- UAF
Jorge Martins
Ciclistas participantes
Agradecimento especial Policia Rodoviária Estadual e capitão Leandro Amborgast

quarta-feira, 11 de março de 2009

Homologação sem tempos

Estamos tão acostumados com randonneur que as vezes algo tão simples pode representar ser muito estranho.
Enviei o arquivo para realizar a homologação do brevet 100 km.
O detalhe é que para homologar não é necessário colocar o tempo que o participante realizou.
Primeiro porque o tempo está previsto na carta do percurso e é definido com antecedência;
Segundo que todos devem chegar no mesmo tempo;
Terceiro, e o que mais me agrada, é que não existe nenhuma espécie de classificação.

O mais correto no Audax, ao divulgar os resultados, é divulgar apenas a lista de nomes dos brevetados.
Todos são iguais na categoria de brevetado.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Tempos Brevet 100 km

Nome Chegada Tempo
1- Claudio Antonio Manfredini Rigone 12:54 04:54
2- Roberto P Trevisan 12:54 04:54
3- Luiz Maganini Faccin 12:54 04:54
4- Artur Elias Carneiro 12:54 04:54
5-Carlos Fernando Kieling Não largou
6-Claiton Ketzer 12:54 04:54
7- Fernando Henrique Mossmann 12:54 04:54
8- Henrique Heck 12:54 04:54
9- James de Assis Silva 13:34 05:34
10- João Henrique Londero 13:06 05:06
11- Jorge Fernando Estevão Maciel 13:34 05:34
12- Julio Cezar Mairesse Siluk 13:06 05:06
13- Lucio Roberto Schossler 12:54 04:54
14- Luís Carlos Habekost de Oliveira 12:54 04:54
15- Omar Seadi Torriani 12:54 04:54
16- Paulo Carneiro Endres 12:54 04:54
17- Renato Cavalcanti Ferreira Não largou
18- Rodrigo Luis Muller 12:54 04:54
19- Samaroni Teixeira Zappe 12:54 04:54
20- Udo Carlos Weissenstein 12:54 04:54
21- Tania Maria Zuquetto de Almeida 12:54 04:54
22- Patricia Wienandts 12:54 04:54
23- Conrado da Costa Novo 13:34 05:34
24- Marcelo Luis Kist 12:54 04:54
25- Cristopher Borba Sulzbacher Não largou
26- Daniel Sulzbacher 12:54 04:54
27- Adilson Bohnen 12:54 04:54
28- Dacivaldo Silva Matos 12:54 04:54
29- Vinicius Ebbling Camargo 12:54 04:54
30- Marcelo Almansa da Silva 12:54 04:54

Os ciclistas que concluiram com sucesso este brevet estão classificados para pedalar o brevet de 200 km que será realizado dia 27 de setembro.

DVD Audax 100 km

O Matheus Siluk que é da cidade de Santa Maria, juntamente com a equipe da PontoTec,
filmou o brevet Audax 100 km, e também fez centenas de fotos.
O video de quase 1 hora, e fotos, estão disponiveis em DVD que pode ser adquirido direto com o Matheus:
matheus@pontotec.com.br
Fone:55-9631-4002

Vou encomendar o meu DVD deste Audax histórico!

Fotos brevet 100 km

Segue o link para as fotos do Miguel Lawish

http://picasaweb.google.com.br/audaxsantacruz/AudaxUAF#

Em breve incluo novas informações

quinta-feira, 5 de março de 2009

Ultimas informações brevet 100 km

Leia o regulamento;
Leia as demais informações relativas ao funcionamento do brevet Audax;

Não esqueça dos horários:
Vistoria: 6:15 até 6:50
Ver os itens obrigatórios!
O Termo de responsabilidade deverá ser assinado na vistoria;
Briefing: 7 horas;
Muito importante estar presente, se tiver duvida não deixe de perguntas.

Largada: 08 h sem atraso.

Revise a bicicleta antes do brevet e antes da largada. Confira a pressão dos pneus, regulagens de câmbios e freios. Depois de largar você não vai poder parar para fazer isto.

Aqueça antes de largar e fique atento. Logo no inicio andaremos a 22,5 km/h, ou pouco mais.

Pedale atento e não esqueça que estará pedalando em grupo.
Respeite as orientações do Capitão de Rota;
Sinalize a existência de obstáculos na pista;
Não fique a menos de 1 metro do ciclista da frente;
Evite deixar uma distancia muito grande em relação ao ciclista da frente;
Ajude os companheiros menos experientes;
Peça orientação se for preciso.
Fique atento ao tempo de parada, 15 minutos, e preste a atenção no aviso do reinicio da pedalada.

Não esqueça de ser auto-suficiente, leve água e repositor energético.
Veja as fotos do local do PC de retorno e parada.
http://picasaweb.google.com/audaxsantacruz/Audax100Km#


Boa sorte e até domingo!

quarta-feira, 4 de março de 2009

Lista Inscritos brevet 100 km

Segue a lista dos participantes brevet 100 km, quase final:

Claudio Antonio Manfredini Rigone (capitão rota)
Roberto P Trevisan (capitão rota)
Luiz Maganini Faccin
Artur Elias Carneiro
Carlos Fernando Kieling
Claiton Ketzer
Fernando Henrique Mossmann
Henrique Heck
James de Assis Silva
João Henrique Londero
Jorge Fernando Estevão Maciel
Julio Cezar Mairesse Siluk
Lucio Roberto Schossler
Luís Carlos Habekost de Oliveira
Omar Seadi Torriani
Paulo Carneiro Endres
Renato Cavalcanti Ferreira
Rodrigo Luis Muller
Samaroni Teixeira Zappe
Udo Carlos Weissenstein
Tania Maria Zuquetto de Almeida
Patricia Wienandts
Conrado da Costa Novo
Marcelo Luis Kist
Falta Confirmação:
Adilson Bohnen
Daniel Sulzbacher
Cristopher Borba Sulzbacher
Dacivaldo Silva Matos
Vinicius Ebbling Camargo
Marcelo Almansa da Silva

terça-feira, 3 de março de 2009

Paradas e cortes nos brevets Audax

Paradas durante um brevet Audax

São indicados na carta de rota que é divulgada antes da realização de cada brevet.
Tem a função de permitir ao participante de se revitalizar e evitando que deixe o pelotão

Existem 3 tipos de paradas durante um brevet de Audax:

Paradas curtas: necessárias apenas para a rápida revitalização do ciclista entre uma etapa e outra. Tempo indicado: 15 minutos;

Paradas para refeição: Almoço, janta a café da manhã. Não pode ser inferior a 45 minutos e nem superior a 1H e 45 minutos;

Neutralização Noturna: ver artigo 4/3 do regulamento. Indicado de 4 a 6 horas de neutralização.


O capitão de rota deverá avisar 2 minutos antes da nova largada após uma parada. Este aviso poderá ser feito com o uso de um apito.

O inicio da pedalada, após uma parada, poderá ser realizado com uma média menor, até que o pelotão esteja se juntando.

Tempo de abertura e fechamento do PC

O PC realizado em uma parada, durante um brevet Audax, fica aberto apenas durante o tempo determinado para esta parada.
Os ciclistas que chegarem atrasados a este ponto, tem apenas o tempo até a nova largada do pelotão para carimbar o passaporte, e seguir pedalando o brevet.

Desta forma as paradas podem ser vistas de três maneiras:
Quem está no pelotão, como uma oportunidade de descanso e reabastecimento;
Quem está pouco atrasado, como a oportunidade de voltar a se juntar ao pelotão;
Quem está muito atrasado, e não consegue chegar no PC antes do tempo final, como a fim da oportunidade de brevetar.

OBS:
Esta foi a ultima dúvida que eu tinha sobre o desenvolvimento de um brevet Audax. Agora somente pedalando para saber mais.

Fica a frase:

Valores do Audax ( arquivo Pilote do site UAF)

O verdadeiro valor dos brevets Audax é bem preparar fisicamente e moralmente os participantes, a uma Endurance, e a uma regularidade no esforço que fará deles perfeitos ciclistas que poderão tornar-se grandes viajantes
( Bernard Déon- Lê Petit Livre Jaune des Audax-1974).

segunda-feira, 2 de março de 2009

Itens obrigatorios para Audax

Itens obrigatórios
A exigência dos itens obrigatórios fica a cargo do responsável pelo brevet. O organizador do brevet é responsável pela segurança dos ciclistas.

No caso do brevet de 100 km
Será obrigatório o uso de colete refletivo e pisca traseiro de cor vermelho em funcionamento.
O uso de capacete é obrigatório durante todo o percurso.
O uso de farol é recomendado.

No caso do brevet de 200 km
Será obrigatório o uso de:
- colete refletivo;
- farol fixado no guidão da bicicleta;
- pisca traseiro de cor vermelho em funcionamento.
O uso de capacete é obrigatório durante todo o percurso.

O uso de roupas coloridas é recomendado.

Passaporte Audax


Estava finalizando os ultimos detalhes para o brevet 100 km.

Resolvi completar os passaportes e me dei conta que havia preenchido o primeiro passaporte Audax do Brasil.