sexta-feira, 20 de julho de 2012

Regulamento das Randonnées Permanentes

São passeios cicloturisticos em grupo e com o Espirito Audax que podem ser realizados de forma permanente.
Distancia mínima é de 500km entre duas cidades. Passeio de ida;
Não existe distancia máxima para criarmos uma Randonnée Permanente da UAF aqui no Brasil.
Número mínimo de participantes é de dois e não existe número máximo.
Os participantes devem gerenciar todas as suas necessidades para o passeio e obedecer ao percurso definido pelo idealizador da Randonnée.

Randonnée significa passeio não confundir com Brevets Randonneur Mundiais do Clube Audax Paris e Randonneurs Brasil

Eventos a serem homologados pela UAF.
Tipo de passeio criado pela Euraudax.

Regulamento no site Audax Bresil:

http://www.audaxbresil.com.br/regulamentos/18-regulamento-randonnee-permanente

Mais uma possibilidade de ciclo turismo.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Super Audax


Super Audax Completos

Este titulo foi criado em 1931 pelo Jornal Auto

Para ter direito a este titulo de Super Audax Completo o candidato deve ser titular dos seguintes brevets:                        
Ciclismo: 200km, 300km, 400km, 600km, 1000km e um Paris Brest Paris Audax (1200km)
Marcha ( caminhada): 100km, 125km e 150km
Remo: 80km
Natação: 6km

Fonte e lista de Super Audax Completos:


Para termos um Audax Completo brasileiro precisamos ter as modalidades de Audax Remo e  Natação e ao menos uma participação no Paris Brest Paris Audax que é realizado a cada 5 anos, próxima edição será em 2016.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Apresentação e regulamento Fleches e Estrelas Audax


As Fleches Euraudax: Consistem em ligar duas cidades distantes no mínimo 270km, intra ou extra fronteiras. A média definida é de 2km/h ( etapas de aproximadamente 50km por dia) com uma duração máxima de 5 dias e meio.

As Estrelas Euraudax: consistem em percorrer a partir de uma cidade, uma distancia minima de 250km com uma duração de 5 dias ligando cada dia uma cidade diferente, mas retorno todos os dias na mesma cidade da largada.
O responsável pelas Fleches e Estrelas é Chistian Delpech.

Fonte de consulta:


Leia o regulamento no site: www.audaxbresil.com.br

Os Audax Completos


Os Audax Completos

Este titulo de Audax Completo foi criado nos anos 1920.

Para ter o direito  a este titulo é suficiente simplesmente ser titular do brevet de base de cada uma das quatro modalidades Audax ( da época) que são: 
Ciclismo 200km,
Natação 6 km, 
Marcha( caminhada) 100km 
e Remo 80km.

Fonte e lista de Audax Completos:


Para termos um Audax Completo no Brasil precisamos ter também as modalidades de Audax Remo e Natação.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Relato Audax Caminhada 100km- Luiz


No dia 20 de maio fiz uma caminhada de 50km utilizando basicamente o percurso final do brevet de 100km,  nos horários aproximados em que seriam caminhados. Neste dia senti um pouco o calor e o sol, mas nada de extraordinário. Outra dificuldade, os últimos 30km caminhei sozinho e na reta do Rio Pardinho senti mais a queda da moral. A reta de 4 km parece não ter fim e isto, psicologicamente falando, é ruim,  deveria ser ainda mais no final do brevet de 100km. No domingo à tarde o transito de veículos aumenta muito na estrada de Rio Pardinho. M esmo no asfalto a caminhada fica mais difícil, pois somos obrigados a caminhar no acostamento estreito, que nem sempre é bom, mas tem muitos trechos irregulares, com pedras e buracos.  No Bar Rodrigues, na Linha Travessa, me descuidei e esqueci de reabastecer a água do reservatório da mochila, resultado, os últimos 7km fiz sem beber e senti a diferença, ou seja, o aumento do desgaste físico.
Quando estava caminhando na Linha Travessa, utilizando óculos, um pequeno cascudinho/inseto entrou em meu olho direito. Tentei tirar sem sucesso, mas continuei caminhando sem sentir. Depois de chegar a casa o olho estava dolorido e tentei de todas as formas tirar o inseto do olho, cada vez ficava mais dolorido. Fui dormir com o inseto no olho. Na segunda feira coloquei colírio, lavei o olho e o inseto finalmente saiu, mas o olho continuou dolorido. Na segunda à tarde e terça feira estava com o olho infeccionado- conjuntivite química.  Caminhei  50km e o que mais me causou transtorno foi um pequeno inseto! Lembrei do brevet de 75 quando tive problemas estomacais. Lembrei do brevet de 50km noturno com chuva e barro. Cada brevet apresenta uma situação diferente de dificuldade e é preciso ter experiência a paciência para superar o desafio
Realizamos outros treinos noturnos e nestes treinos pude tirar mais algumas conclusões. Temos um grupo bem experiente e consciente do que vai enfrentar,  isto é importante e ficou visível nas conversas das ultimas caminhadas realizadas e também nos contatos por internet. Acredito que motivação não irá faltar. Torcia para que não tivéssemos problemas extras. Mais do que qualquer medalha, homologação ou nome em livro, seria um privilegiado de poder caminhar com este grupo tão legal.
Neste ano de 2012, antes de caminhar o brevet de 100km já contabilizava 409km realizados em caminhadas programadas. Em 2012 já havia caminhado dois brevets de 25km, dois de 50km e um de 75km.
O brevet
O percurso do brevet estava devidamente estudado, as opções de paradas bem definidas, etc. Eu estava confiante, mas ansioso, queria caminhar logo este brevet que já havia sido adiado.
Nove participantes estavam na UNISC para a largada e como sempre foi realizada no horário previsto. Os primeiros quilômetros urbanos até a primeira parada foram tranqüilos. Depois da paradinha enfrentaríamos um percurso mais longo sem parar, mas já havíamos caminhado este percurso em condições mais difíceis.
Pouco mais de duas horas de caminhada e chegamos no Sítio do Baleia, local pouco usado por seres humanos, mas muito por roedores. Uma parada longa de 25 minutos com café, bolo, salgado, pão e outras regalias só possíveis porque lá estava nos esperando um voluntário eficiente e prestativo com tudo pronto. Foi uma parada importante e no momento certo.
Após esta parada enfrentamos o trecho mais difícil do brevet, ao menos na teoria, com estradas de terra na “escuridão da madrugada” iluminada por lanternas. Com as alterações realizadas no percurso reduzi o trajeto nestas estradas e adicionei uma parada mais próxima no inicio do percurso em asfalto.
Paradinha no carro de apoio e até sobrou um tempinho para sentar em um dos banquinhos e também para ver a figura mais enigmática dos Audax que resolveu aparecer. Aparição rara já que a ultima do fantasma do Audax foi em 2006. Retornamos a caminhada no asfalto e a próxima não seria longe. A parada na entrada do autódromo foi mais uma bem estratégica, apesar do lugar ½ ermo e “perigoso”. Mais café, alongamento, barras de cereal, repor a água e sair para o percurso de mais de 12 km no asfalto, nada assustador, mas na experiência anterior enfrentamos chuva que escondeu o céu e dificultou a noção do andamento. Desta vez enfrentamos frio e um pouco de neblina, mas estávamos acompanhados também de um céu estrelado e da Estrela Dalva que nos indicava o caminho para Vera Cruz até o amanhecer. Um subidinha longa para deixar alguns mais atrasados. Várias paradas para xixi, mas tinha alguém fazendo mais paradas e reclamando de dores no ventre! Uma parada na rotula para Vila Progresso e Vera Cruz e desta vez fui eu que tive que enviar um “Fax para Boston” que foi bem importante para aliviar o peso e garantir um bom andamento.
O brevet de 100km teve 14 paradas programadas e se eu for descrever cada uma destas vou ficar apenas escrevendo as paradas e vai representar que nem caminhamos. A parada foi importante para juntar o grupo, mas os mais atrasados logo voltaram a ficar uma centena de metros do grupinho dos primeiros. O dia clareou e avistamos alguma coisa semelhante à geada, mas o frio não atrapalhou e só favoreceu o andamento.
Chegamos na padaria Roque Schuch para a parada mais longa do brevet, 35 minutos. O Schuch Padeiro atrasou para a abrir a padaria e não gostou que eu disse o Schuch antes da sua profissão. Enquanto esperávamos o Fantasma apareceu novamente, mas ficou bem comportado esperando. Mais café, pastel e outros reforços para encher a pança, teve alguém comendo até espetinho de carne. Vou uma parada para recuperar as energias.
De parada em parada já havíamos completado 50% do percurso, com certeza a parte mais fácil, mas eu estava bem e sem sono. Era dia e tínhamos o dia todo para caminhar 50km e isto era uma maneira boa de pensar. Saímos de Vera Cruz passando na famosa caixa d’água e seguindo no caminhódromo. Nome esquisito e lugar bonito, mas o caminho e os caminhantes merecem uma pavimentação melhor. Percurso plano até alguns metros antes da Cascata do Franck local da próxima parada. Retorno para a Ponte Andréas, e seguir na Linha Borges de Medeiros. Interior de Vera Cruz com paisagens bonitas e estradas boas. Chegamos próximo ao Rio Pardinho e no município de Santa Cruz do Sul, onde as estradas já não são tão boas. O frio da manhã estava indo e deixamos algumas roupas mais quentes no carro de apoio.  
Seguimos a passo firme e por um erro meu ficamos 10 minutos atrasados já que somei errado os tempos, nada grave. Próxima parada no Salão Pancke, logo depois da ponte metálica sobre o Rio Pardinho e o pessoal já estava ficando com cara de cansado. O percurso neste trecho seguia o rio na antiga estrada para Sinimbu, local bonito, estrada sem movimento de carros. Neste local sempre fico lembrando quando cruzava por ali com a minha bicicleta Caloi Cruiser sem câmbios retornando do banho de rio com a cara cheia de poeira, velhos tempos de juventude, agora que estou mais velho passo caminhando! Saindo da estrada antiga seguimos na nova asfaltada em direção a Rio Pardinho. Parada na Casa das Cucas e seguir logo para o Restaurante Verde Vale.
Chegar no restaurante já era uma vitória de completar 75 km. Chegar bem era importante, e sair no horário previsto também. O grupinho da frente chegou no horário certo e pode aproveitar os 28 minutos da parada, outros chegaram com até 10 minutos de atraso. Quem continuasse caminhando depois deste ponto completaria os 100km. Quem estivesse bem teria menos probabilidade de enfrentar mais problemas depois. Cheguei, tirei os calçados, lavei as mãos e fui me servir no Buffet. Usamos a mesa na parte externa apesar do “frio”. O Rodinei fisioterapeuta ficou cuidando dos pés dos caminhantes colocando gelo e alongando. Os rostos eram de dor. Três dos recém chegados, de forma bem consciente e madura desistiram de seguir. Repeti o prato no Buffet e fiquei com vontade de me servir de uns 50% dos 12 tipos de sobre mesa, mas fui lavar o rosto, abastecer o reservatório de água alongar um pouco para reiniciar a caminhada. Nem cheguei a ser atendido por fisioterapeuta e saímos. Os meus companheiros de caminhada de Santa Cruz estavam muito decididos e conscientes dos desafios de caminhar 100km. Estão de parabéns e deveriam servir de modelo para muito ciclista que participa dos brevets de andamento livre, ficando horas torrando tempo em coisas supérfluas na parada no PC. Um aprendizado ver a motivação deste grupinho.
Depois do almoço de clima pouco mais quente senti um pouco mais, mas foi só a massa assentar para ficar melhor. Seguimos em direção a Sininbu, depois entramos na Linha Verão até o Rio Pardinho, local muito bonito e típico do interior deste município.
Retornamos para o asfalto e para Rio Pardinho. A parada programada para o Salão Regert resolvemos transferir para o restaurante onde pude deitar um pouco e erguer as pernas. Retornamos para Rio Pardinho e realizamos outra parada na Casa das Cucas onde os pés já pediam um descanso. Neste ponto devia ter efetuado a troca da meia por uma seca, mas achei que estava bom. A Luiza estava comemorando o dia de São João com um visual caipira interessante com Crocs verde, meias cinzas sobre as calças de lycra, camisa, boné, óculos escuros e flor no cabelo.
Chegamos no reta próximo a entrada para a Linha Travessa, o sol estava quente e eu sentia o calor, o cansaço e o atrito do pé com a meia molhada do suor. Chegamos no Bar Rodrigues na linha Travessa depois de 1500m de estrada de terra com cascalhos.
Ultima parada, faltava muito pouco, mas ainda era longe e não perdemos o foco. Chegando no bar fui direto lavar a cabeça com água gelada para refrescar e depois comer algo salgado que fiz com certa dificuldade. Usei uma pastilha de sal e reabasteci a água do reservatório, demorei um pouco e o grupo já tinha saído.
Melhorei bastante, a bolha que estava se formando no pé esquerdo não atrapalhava, o sal me ajudou muito e a água na cabeça também. Sai decidido a alcançar os demais, e logo depois  encontrei o Marcio que estava chegando no PC. Avisei que estávamos com mais de 15 minutos de folga em relação ao tempo máximo de 20 horas, e também que estaríamos esperando um pouco antes da chegada até às 18:03. Ele disse que até 18horas chegaria na UNISC. Cheguei no asfalto, mas não consegui recuperar a distancia em relação aos demais participantes. Resolvi correr até alcançar o pelotão dianteiro – alguns perguntavam se não era possível correr  no Audax 100km e eu respondia que poderia até alcançar o pelotão em caso de atraso. Estava correndo e alguns ciclistas de cidade estavam cruzando com as bikes retornando para casa. Foi uma sensação estranha, pois eles estavam fazendo uns 40km de bike e eu correndo depois de ter caminhado mais de 90km. O Fernando parou para nos alcançar bergamotas. Outros passaram gritando e perguntando sobre o brevet.
Sofri do km 80 até o 93,5 que foram os mais difíceis para mim. Estava um pouco cansado, mas não estava tão mal. Segui junto com o Alan e chegamos no Portão da UNISC. Fiquei sentado na parada de ônibus esperando e cuidando o horário. Às 18 horas o Marcio surgiu acompanhado pelo ciclista Pancke. Entramos juntos no portão do campus e seguimos até o mesmo local da largada.
Completamos o Audax Caminhada 100km.
A premiação foi logo em seguida e a medalha com relevo de águia ficou bonita no peito de cada um.
Este foi o primeiro brevet Audax Marcha 100km realizado fora da Europa;
Este brevet nos garante o nome no livro das homologações do Audax Marche que foi criado em 1904 e é mantido pela União dos Audax Franceses. Entramos para a história, mesmo que apenas na história da UAF, mesmo que apenas nesta modalidade;
Temos a possibilidade de conseguir a medalha Águia de Bronze Audax Marche da UAF. Com a conclusão deste brevet completei todos os brevets necessários para realizar o pedido desta medalha inédita.
Depois do brevet de 100km fiquei pensando na possibilidade de aproveitar o treino e a oportunidade para caminhar um brevet de 150km. Com certeza teria dificuldade de conseguir companheiros, mas esta ideia não esta fora dos meus pensamentos...
Na semana seguinte estava muito bem e com saudades de uma caminhada longa

Luiz Maganini Faccin
Águia de Bronze Audax Marcha
Randonneur 5000
Representante UAF Brasil
Junho 2012.

domingo, 1 de julho de 2012

Relato Audax Marcha 100km- Marcio


O frio de 8°, a forte neblina, que por vezes encobria totalmente o caminho, nos fazendo ver as curvas somente quando já estávamos começando a fazê-las e algumas rajadas de vento não foram grandes obstáculos na primeira metade do audax 100. Curti o céu estrelado, as luzes psicodélicas das partes refletivas das roupas de quem estava a frente, a companhia dos participantes, o café animador na parada da chácara, a geada no amanhecer, o túnel verde de Vera Cruz, a bela paisagem de inverno na cascata do Frank e as rápidas aparições do fantasma.

A partir do km 60, o lado desafiador e de superação do audax apareceu. Tentava continuar apreciando o que surgia pelo trajeto, mas as dores pelo corpo e a insistente pergunta 'para que sofrer deixe jeito?' não deixavam. O ritmo da caminhada caiu, e a distância em relação ao pelotão que era entre 150 e 200 metros, mais que triplicou. O que me fez não desistir naquele momento era saber que o km 75 estava próximo, e completá-lo já seria um grande feito.

Cheguei nessa marca uns 10 minutos aquém do previsto. A disposição do pelotão em prosseguir e a massagem recuperadora feita pelo fisioterapeuta me fizeram continuar. Mesmo almoçando rápido, saí uns bons minutos depois dos outros e não conseguia mais vê-los na estrada. Tive então que caminhar sozinho. Me concentrei na planilha e sabia que conseguiria terminar se andasse 5 quilômetros por hora, nem que para isso fosse preciso encurtar ao máximo as paradas. Se tivesse que correr, teria que ser no final. Lembrava também que tinha concluído todos os outros audax e caminhadas de longa distância que participei. No km 85 enquanto chegava para a parada, o pessoal saía. Embora não conseguisse alcançá-los, encurtar a distância animou bastante. O incentivo do carro de apoio e dos ciclistas ( Grupo Santa Ciclismo) que passaram foi excelente combustível motivacional. Por outro lado, as subidas e o cansaço tornavam difícil manter o objetivo de 5 km por hora.

Na última parada, a uns 6 km do final, a distância em relação aos demais era a maior desde o inicio e o ritmo tinha que ser forte para concluir no tempo. Busquei as últimas forças para caminhar no ritmo. E para não ter problema com o horário corri o último quilometro e meio. Novamente o incentivo de um ciclista (Martin Pancke) que acompanhou a corrida foi vital. A 200 metros do fim uma bolha no pé direito estourou e cada pisada doía muito. Avistei o pelotão e enfim o desafio terminara. Só não chorei para não fazer feio na premiação.

Depois de uma semana e uma lenta recuperação, fica a satisfação de ter participado de um grupo audacioso, que se preparou por meses e que superou os seus limites.

Marcio S. Skrabe

O que esta entre os parênteses no texto acima são acréscimos meus;
O Marcio esqueceu de acrescentar que  esteve acompanhado da resistente namorada, Liliane Todeschini, até o km 75 do brevet e após a desistência seguiu no carro de apoio.
Ambos estão de parabéns.